'Caça às estrelas': conheça turismo astronômico que atrai visitantes a Cambará do Sul, no RS

'Caça às estrelas', em Cambará do Sul Divulgação/ Egon Filter Conhecida pelos cânions e pelo turismo rural, a cidade de Cambará do Sul ganhou recentement...

'Caça às estrelas': conheça turismo astronômico que atrai visitantes a Cambará do Sul, no RS
'Caça às estrelas': conheça turismo astronômico que atrai visitantes a Cambará do Sul, no RS (Foto: Reprodução)

'Caça às estrelas', em Cambará do Sul Divulgação/ Egon Filter Conhecida pelos cânions e pelo turismo rural, a cidade de Cambará do Sul ganhou recentemente uma nova tendência de turismo: ‘caçar’ estrelas. Turistas encaram noites geladas de muito vento e até sensação térmica negativa para registrar fotos únicas, e até galáxias inteiras em um retrato. Mas por que em Cambará do Sul? O guia de turismo astronômico e astrofotógrafo Egon Filter, idealizador da experiência, explica que o interior da cidade é um dos melhores pontos da América Latina para fazer fotos noturnas e observar as estrelas: “A poluição luminosa é medida na Escala Bortle, de 1 a 9, onde 1 é o melhor índice (escuridão total) e 9 é o pior (seria como o centro de uma metrópole). Alguns pontos do interior do Rio Grande do Sul, como Cambará, estão em 1,5 da escala, e o resultado das fotos prova isso”, comenta Filter. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Segundo ele, apenas seis estrelas são visíveis, em média, a olho nu em uma grande cidade. Já no interior, em cidades de até 20 mil habitantes, é possível enxergar até 200. “Já fotografei dezenas de países diferentes buscando esse tipo de foto, e Cambará do Sul oferece isso em alto nível, é um dos seis melhores pontos do mundo pra fazer fotos da Via Láctea e das estrelas, junto com Austrália, Nova Zelândia, interior dos Estados Unidos, Namíbia e o deserto do Atacama, no Chile”, comenta o guia. A tendência de aproveitar locais mais remotos para observar a galáxia é um dos fatores que fez Cambará do Sul ser citada pela revista Forbes, em uma recente pesquisa, como um dos cinco melhores refúgios naturais do Brasil, considerando experiências exclusivas, hospedagem e gastronomia. A experiência é mais do que simplesmente observar as estrelas e contemplar a beleza e as cores do céu à noite: o guia busca explicar aos turistas dados científicos e fatos curiosos do universo, dos planetas e da história da astronomia. Além disso, o grupo também aprende a identificar constelações, já que todas as estrelas são facilmente vistas a olho nu. “A gente mora no interior e achava que já tinha um céu bonito, que dava pra ver muitas estrelas, mas depois de ver isso aqui, eu nunca mais vou olhar pro céu do mesmo jeito (risos), comenta a turista e empresária Andréia Papila. Ela e o marido Maikel da Rosa, engenheiro civil, pesquisaram por experiências guiadas para registrar fotos com as estrelas e encontraram boas recomendações sobre a cidade dos campos de cima da serra: “Vindo aqui ver com os próprios olhos e vendo o resultado das fotos, fiquei ainda mais surpreso. É lindo, todo mundo deveria fazer isso um dia”, afirma Rosa. Casal de turistas Maikel da Rosa e Andréia Papila Divulgação/ Egon Filter Localização, fotos e valor A imersão comandada por Filter acontece no alto de uma colina com vista 360° para todo o horizonte. Ela fica na área do Glamping/Hotel Parador Cambará do Sul, é exclusiva para hóspedes e custa R$ 750, valor que inclui alimentação, bebidas alcóolicas e não alcóolicas e o pacote de fotos em alta resolução. O ‘turismo astronômico’ acontece em uma janela de 10 dias do mês após a lua cheia, período em que a lua ‘se esconde’ e é menos visível no céu: “A gente sempre tenta organizar pelo menos quatro noites de experiência nesses 10 dias porque só aí que dá pra chegar nesse resultado de foto. E, em cada noite, temos cerca de quatro horas apenas (entre 17h e 21h), que é o horário perfeito pra ver as cores do pôr do sol, do crepúsculo e das estrelas e constelações”, explica Filter. 'Caça às estrelas', em Cambará do Sul Os grupos nunca passam de 16 pessoas. Isso por conta do tempo para tirar foto de todos. Em questão de minutos, o tom das cores muda, ou até mesmo o posicionamento das estrelas no céu, o que altera drasticamente a foto em longa exposição. É por isso que, entre explicações e degustações, o astrofotógrafo está sempre com a câmera para enfileirar os turistas e registrar poses diferentes. Mesmo no verão, a equipe prepara todos os ‘caçadores’ para encarar o frio: “Cobertor térmico, blusão de lã, casaco de neve, luvas, toucas, mantas, duas meias, duas calças… a gente recomenda tudo, porque o pessoal sempre acaba precisando usar tudo mesmo”, afirma o profissional, que se acostumou a encarar a sensação térmica de até - 5° para registrar a Via Láctea. Outro desafio é resistir ao celular, já que a luz da tela contrai a pupila e diminui a capacidade do olho humano de enxergar mais detalhes no escuro: “Se a pessoa olhar pra tela do celular com alta luminosidade, vai demorar uns 15 minutos pra pupila dilatar de novo e se acostumar com a escuridão, e daí ela pode perder a chance de ver meteoros e até constelações”, explica ele. A poluição deixa mesmo o céu mais bonito? VÍDEOS: Tudo sobre o RS

Fale Conosco